Este ano estou a cumprir um objetivo que andava a acalentar há alguns anos: fazer uma viagem ao passado pesquisando a genealogia de familiares diretos. Tendo nascido numa família nômada, senti-me sem raízes quando tive que deixar o país de nascimento por causa de uma guerra civil e vim para Portugal. Portugal é o lugar onde nasceram os meus avós maternos e paternos mas passei 41 anos sentindo-me um pouco estrangeira, devido à distância geográfica e temporal. Por ter interesse pela História e pelas histórias dos indivíduos, as questões sobre o que nos leva a deixar o lugar de nascimento para procurar em outros lugares às vezes muito diferentes na cultura, na língua, religião e paisagem, as questões sobre os motivos de outros ficarem por vezes centenas de anos no mesmo lugar, ocuparam durante alguns anos o meu pensamento. A ideia sobre o que também deve ser a História contada aos alunos das escolas evoluiu para além dos nomes dos grandes senhores e suas batalhas e conquistas e tem-se prendido muito à história das famílias e cheguei à conclusão que todos foram importantes para a evolução ou para a queda de um País. Dando-se o caso de encontrar registos de antepassados paternos vivendo há centenas de anos na Vila de Moncarapacho no Algarve ao contrário daqueles que eu conhecia das histórias contadas verbalmente e que se movimentavam bastante entre Portugal e África, resolvi este ano fazer uma viagem a estes lugares que prenderam durante tantos anos parte da minha família. Viajei então por Faro, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António e Moncarapacho. Juntei desenhos, escrita, composições de imagens, colei bilhetes e papéis que me pareceram ter interesse, pesquisei registos civis, de casamento e de óbito. Esta pesquisa ainda está por terminar pois ainda não cheguei ao primeiro registo de familiares nesta vila e vou no séc XVIII. Estou agora a organizar uma comparação entre os anos de nascimento e casamento com a história de Portugal e estou a aprender muito sobre História! E sobre genealogia, também. No que respeita à parte gráfica, ela foi crescendo e adorei a liberdade com que me permiti construir este diário.Para terminar, publico parte deste diário sem fim:



















