Um dia destes, no Metro, enquanto imaginava uma composição de recortes de imagens, entraram duas passageiras que associei a pinceladas de vermelho num prado verde, tal eram distintas dos que normalmente viajam nestas carruagens! Indiferentes aos "populares" sentaram-se em frente a mim e pude observá-las com algum detalhe. As imagens que tentei semanas depois reproduzir dão apenas uma pálida ideia da impressão que me causaram! Eram duas mulheres que aparentavam ter, uma 70 anos e outra talvez 20 e apesar de diferentes na idade tinham ambas uma forma excêntrica de traja
domingo, 27 de novembro de 2011
Os outros ou ensaio para contar estória
Um dia destes, no Metro, enquanto imaginava uma composição de recortes de imagens, entraram duas passageiras que associei a pinceladas de vermelho num prado verde, tal eram distintas dos que normalmente viajam nestas carruagens! Indiferentes aos "populares" sentaram-se em frente a mim e pude observá-las com algum detalhe. As imagens que tentei semanas depois reproduzir dão apenas uma pálida ideia da impressão que me causaram! Eram duas mulheres que aparentavam ter, uma 70 anos e outra talvez 20 e apesar de diferentes na idade tinham ambas uma forma excêntrica de traja
domingo, 6 de novembro de 2011
A minha avó
Hoje vou visitar a minha avó. Tenho como missão, dar-lhe o almoço, uma sopa! Esta avó de 95 anos apenas quer uma sopa. Não tem fome, quase não tem memória. Quando a vou ver, sinto sempre ternura e expectativa. Cada vez que penso nela, as memórias de uma infância feliz a seu lado, surgem espontaneamente. Lembro-me sempre dela presente, das histórias que até há pouco tempo contava, da sua juventude, uma jovem alegre e travessa que chegava a casa do trabalho de costureira a cantarolar. A sua ida para África após o casamento, a solidão do mato que quase lhe fez perder o sentido, os 4 filhos que teve e os que criou com dificuldade nessa bela e dura terra. E sempre a costurar! Desde as roupas para a boneca de pano com que brincava, até às que costurava para as netas que adorava! E que agora não reconhece. Não se lembra do nome. Avó quem sou eu? - Tu!? Não sei! E de olhar ausente, sorri constrangida. Um sorriso que se mantèm! Dizem que os "velhos" não sorriem mas a minha avó sorri bastante, como uma criança travessa! E quando nos vê, aos netos, o seu sorriso abre-se de reconhecimento e eu sei, ela lembra-se!
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