terça-feira, 31 de março de 2020

Para não pensar demais...

Num dia em que soube da notícia da filha de uma colega de trabalho, que mora no Porto e que testou positivo para a infeção, no dia em que soube que a minha irmã tem no lar um utente infetado por ter ido ao IPO, desenho para não pensar, recalcando a minha aflição, dedico-me às oficinas de Filipe Pinto que nos desafia a explorar os tons e à oficina de Susana Nobre que nos aproxima da natureza em nossa casa com algumas situações que ainda não tinha experimentado: 

A oficina de Filipe Pinto. O estojo em couro dos binóculos que pertenceram ao meu pai


A oficina de Susana Nobre, experiências e desenhos com a natureza que tenho em casa:



sábado, 28 de março de 2020

Exercícios que nos colocam centrados

Hoje foi dia de responder à proposta de oficina dos USKP de José Louro e da Fernanda Lamelas. Como me parece que as duas propostas se completam, não identifiquei nenhuma delas:






quinta-feira, 26 de março de 2020

Mais um dia...

Ainda é cedo para pensar no que está a acontecer! A cada dia que se vive, aparentemente saudável, questiono-me se é verdade que não posso ir livremente para a rua, para a minha rotina! Mas a ameaça está expressa por todo o lado, principalmente nas notícias onde não existe espaço para outro assunto. Hoje recordei outra pessoa, que sempre deu alegria à minha vida e apesar de não estar mais por aqui, o ato de lembrar torna-a mais perto! Também é boa companhia o desenho e o desafio do Luis Louçã foi desafiante e dei conta que não tenho praticado o suficiente: 


quarta-feira, 25 de março de 2020

Fase de mitigação

Hoje chegamos a fase de mitigação do Plano de Contingência, estamos em fase de propagação comunitária do virús! O esforço tem sido grande na paragem e contenção em casa, mas os mortos e os infetados a aumentar rapidamente! Hoje foi o dia em que a minha irmã decidiu ficar por 15 dias no lar de idosos onde trabalha, trabalhando 12 horas por dia, sem fazer teste antes de entrar, juntamente com outros colegas na mesma condição! Hoje foi dia em que a minha irmã foi ao Lidl abastecer-se de camarão, vinho e uns doces bastante doces, como se da última refeição de um condenado, se tratasse! Condenada sem julgamento, sem cometer nenhum crime! Eu alterno entre um terror interior, escondido dentro de mim, que não deixo que me possua, e uma análise fria e controlada do que se pode vir a passar! Um dia também vai ser a tua vez, disse-me alguém que me deixou, fará 5 anos no próximo 24 de agosto! Sim, todos teremos um dia que enfrentar também a nossa morte depois de passarmos pelas outras mortes, dos que amamos! Entretanto, até lá, que o momento dure a eternidade até ao esquecimento! Um auto retrato:


domingo, 22 de março de 2020

Em casa: mais uma ilustração!

Entrei em suspensão temporária, até 3 de abril, de trabalho. Aproveito para terminar mais uma ilustração sobre a história que estou a criar: A Viagem da mulher que não usava sobrenome.


domingo, 15 de março de 2020

Desenho e pensamentos sobre o estado das coisas

Cheia de certezas comecei o novo ano: algumas previsões infelizmente têm-se concretizado, outras correram pelo melhor, já tive boas surpresas, como ter encontrado algo que procurava e julgava não existir, mas esta de ficar em casa no meu fim de semana, por causa de um vírus global, não esperava, nem eu nem ninguém que eu conheça. Penso nos meus bisavós maternos, que nasceram no final do Século XIX, em terras beirãs, vieram até Lisboa e viveram da venda ambulante e do trabalho à jorna numa vila operária, passaram pelos tempos conturbados da queda da monarquia e da revolução republicana (sim, explodiam bombas nas ruas da cidade), o meu bisavô era sargento artífice de Artilharia e foi para Moçambique com a mulher e 2 filhos, em 1911. A viagem de barco, demorou um mês e em 1914, encontraram a 1ª Guerra Mundial, tiveram mais 6 filhos, sofreram de paludismo e outras doenças, perderam a filha mais velha de 12 anos com uma delas: momentos que devem ter sido terríveis porque esta filha morreu quando todos tinham ficado gravemente doentes no hospital de Lourenço Marques. Voltaram definitivamente para Portugal  em 1920, sofreram as consequências económicas de mais uma Guerra Mundial e viram morrer nos anos 40 do século XX,  3 filhos jovens ainda, de tuberculose, uma doença que matava há muitos anos! Nós em 2020, temos direitos laborais, podemos deslocar-nos com grande rapidez, temos muita informação sobre o que acontece no mundo,  não sofremos guerras mundiais há mais de 70 anos, temos um elevado desenvolvimento tecnológico e científico em comparação, se mesmo assim, com estas ferramentas não nos soubermos conter, então estamos no inferno! 

 Desenho a lápis de grafite e de cor, no parque Monteiro-Mor no Lumiar em 8 de março de 2020