sábado, 5 de dezembro de 2020

Depois, a saudade é o que fica

Finalmente terminei uma viagem gráfica onde desenrolei a história de uma mulher que viveu na  Iª República e que morreu em pleno Estado Novo. Uma história que me colocou vários desafios, formas de ilustrar, conjugar técnicas que habitualmente não faço, conjugar texto com imagem, acontecimentos históricos com história pessoal.

Ficam as últimas ilustrações:

grafite aguarelável

caneta preta

tinta da china, acrílico e caneta

caneta preta pincel, grafite aguarelável

caneta preta pincel

caneta preta, colagem, lápis de cera e aguarela


domingo, 8 de novembro de 2020

Dia triste e de muita chuva

Dia triste porque foi da vida física, uma pessoa discreta, generosa e que amava o desenho. Fundou a Associação Urban Sketchers Portugal e desenhava despreocupadamente todos os dias. Em sua homenagem coloco o desenho no dia em que vai a velar na Igreja São João de Deus em Lisboa e que um dos seus últimos desejos se cumpra: uma multidão de desenhadores urbanos desenhando em  sua homenagem: não vou poder estar presente mas não deixo de participar. 



em 2014 A Riscar o Património


domingo, 27 de setembro de 2020

A Riscar o Património: educação

 Este ano, resolvi ir até Évora! Foi o dia todo de sábado e então fui de véspera e regressei no domingo. Instalei-me no Hotel Solar de Monfalim, um edifício cuja história mereceria ser investigada e que as paredes parecem querer contar. Depois do encontro ainda fiz mais 2 desenhos: da igreja da Misericórdia, junto ao hotel e um pormenor da entrada do dito.


O Colégio do Espírito Santo - Universidade de Évora

Escola de S. Mamede - Magistério Primário


O Palácio Vimioso - Universidade de Évora

Entrada do Hotel Solar de Monfalim



Igreja da Misericórdia


quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Encontros com os USKp

Experimentando a retoma dos encontros e tendo sido num espaço muito especial, não resisti e fui conhecer a Ciclovia de Alcântara, perto da estação da CP de Campolide e por baixo do arco do Aqueduto das Águas Livres:


Depois em outro encontro, o Parque da Bela Vista: para a posteridade, uma foto com um grupo de pessoas "perfeitamente identificáveis"! Eu estou à direita de chapéu de palha óculos escuros e máscara!




Um momento de saudade...

 

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Batazar - A perda de um amigo

O amigo foi um gato, que viveu 22 anos em comunhão de vida com a sua tutora. Eu convivi com ele nos últimos 5 anos: houve momentos de birra e carinho expressados de forma diversa e perceptível! Assim também manifestou a sua indignação na hora da morte, pois sentia fugir a sua energia e resistiu e eu aprendi: a morte de um gato é muito parecida com a de um ser humano, pelo menos fisicamente! Acredito que a energia de todos os seres vivos sigam o mesmo caminho. Por isso devíamos todos respeitar a natureza: nós estamos nela e ela está em nós! Muitas saudades, Baltazar!

Transcrevo a expressão de dor da sua tutora daquela que conviveu com ele 22 anos, desde o nascimento à morte:

Ermila Brito
O Baltazar
Tinha apenas 3 dias de vida quando o conheci, levei-o para casa com um mês, sempre muito carrancudo, muito traquinas, tipo Garfield, foi sempre muito teimoso e mal me deixava dormir, miava para tudo, queria comer... miava; ia à areia.... miava, queria colo miava, queria brincadeira miava, exigia tudo! O Baltazar treinou a minha paciência, tinha uma personalidade única, mostrava uma inteligência requintada, sozinho criava rotinas diárias, que no dia seguinte repetia sem erros e depois alterava essas rotinas com a mesma facilidade. Em novo com os seus 2, 3 anos, a brincadeira dele favorita era entrar dentro de um saco para eu rodar com ele, outra, era esconder-se e atacar os tornozelos quando passávamos por ele. Chegava a magoar! Foram 22 anos de tropelias, de alegrias, de aflições sempre juntos. Até à data, foi o ser vivo com quem eu vivi mais tempo, humano ou animal.


Nasceu a 7 de março de 1998, hoje a 7-7- 2020 pelas 19:18 deu o ultimo suspiro.

Acompanhei-o nos seus últimos momentos, momentos esses que foram de dor e sofrimento para os dois. Lutou como o teimoso que sempre foi e como não podia deixar de ser na hora da morte também miou de dor, de frustração eu sei lá, sei que lutou imenso e doeu imenso, vai-me continuar a doer nos próximos tempos. Aqueles últimos momentos em que estivemos juntos, naquela hora, pedi-lhe que não fosse teimoso, que se deixasse ir para não sofrer, despedi-me dele o melhor que pude e acarinhei-o até deixar de respirar, foi o meu melhor amigo, o meu companheiro, o meu reflexo. Ficará para sempre no meu coração e na minha memória, foi e ainda é um grande amor, incondicional.
Agora... terei de reaprender a viver sem o Baltazar, 😥😥😔😔😔
Adeus Baltazar até sempre, amo-te muito




sábado, 30 de maio de 2020

Desenho sobre fotografia

Há bastante tempo que gostaria de experimentar desenhar ou pintar sobre uma fotografia. Hoje coloquei esse desejo em prática. Pensando nos dias que correm e no grito que corre na natureza sobre liberdade!













quinta-feira, 7 de maio de 2020

A Riscar o Património Literário

Proposta em tempo de pandemia, à qual respondi ilustrando Eça de Queiroz, Emily Bronte e Fernando Pessoa:




terça-feira, 5 de maio de 2020

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Mais um dia no paraíso... da minha casa

Está para breve o retorno diário ao trabalho, esta é a última semana em que o nosso Presidente determinou o estado de emergência, e já vejo muita movimentação por aí! Onde moro, durante este mês e meio, reparei que a maioria, está descontraída ao ponto de pararem na entrada à conversa sem máscara, deixam o lixo a descansar à porta do vizinho e entram e saem do prédio. Quando vou trabalhar aproveito para andar um pouco aprecio a tranquilidade do percurso urbano, as flores, os pássaros sem medo pelos caminhos, o movimento do meu corpo. Evito os transportes públicos mas compro o passe porque pode acontecer ter que ir mais longe, mas evito. Evito as pessoas, evito lugares com muita aglomeração de gente (já antes os evitava), mas mesmo assim, quando sinto a aproximação de sintomas de uma constipação, sinto-me culpada e questiono-me onde terei errado. E encontro sempre provas dos meus erros, seja na não utilização de máscara no meu local de trabalho, seja na permissão em ouvir os outros que me interpelam na entrada do prédio ou ter que passar por um grupo de pessoas no passeio! Sim, porque vivemos neste mundo e somos muitos e temos todos o direito à vida! E tudo isto faz parte dos acasos da vida que nos encaminham para o nosso destino, umas vezes bom outras mau (pelo menos para a nossa perceção)! Evitámos este virús porque nos demos ao luxo (sim foi um luxo) de pararmos a economia, nunca tal tinha antes acontecido na história da humanidade! Isto demonstra um pouco o nível da nossa evolução humana leva-nos a pensar em todo o percurso que fizemos! Reparo também que a "natureza" do planeta nos tem dado uma mensagem que ninguém consegue calar: ela passa bem e muito bem, sem a nossa presença! Somos perfeitamente dispensáveis, todos nós! Se todos desaparecêssemos da face da terra, a vida continuaria, a natureza invadiria as nossas ruínas e o planeta seguiria até ao seu fim, dessa vez luxuriante e livre! Nós somos aqueles que contam a história do planeta! Nós somos a consciência humana do planeta, é o que somos para a nossa perceção, pois aparentemente, o planeta não a tem! Será? Penso nos meus gatos que julgam que eu vejo no escuro como eles e por isso não se desviam quando passo no corredor. Deixo aqui imagens de Alcube que ficará sempre comigo, nas minhas melhores memórias!